Quando pensamos na atuação da Engenharia Ambiental, é comum que o imaginário coletivo nos remeta imediatamente a grandes empreendimentos: usinas hidrelétricas, mineradoras ou a gestão de imensos passivos ambientais. Embora essas áreas sejam fundamentais, elas representam apenas a "ponta do iceberg" da nossa profissão. A verdadeira revolução sustentável acontece, muitas vezes, no silêncio da rotina, nos detalhes que passam despercebidos pela sociedade.
A Engenharia Ambiental atua como uma "retaguarda estratégica" do desenvolvimento moderno. Vivemos em uma sociedade de consumo acelerado, e o nosso papel é garantir que cada engrenagem dessa imensa máquina produtiva gire sem comprometer o futuro dos recursos naturais. Não somos apenas fiscais da natureza; somos viabilizadores da economia.
Faça um exercício rápido e olhe ao seu redor agora. O smartphone em sua mão, a cadeira do seu escritório, a roupa que você veste e até o café que você acabou de tomar. Para que cada um desses itens chegasse até você, houve uma cadeia de produção complexa. E, em cada etapa dessa cadeia, existiu a atuação técnica de um engenheiro ambiental assegurando a conformidade e a sustentabilidade do processo.
Por trás da cerveja do final de semana ou do papel utilizado na impressora, existe um rigoroso trabalho de licenciamento ambiental. Nós cuidamos para que aquela indústria opere dentro da legalidade, gerenciamos toneladas de resíduos sólidos — definindo se serão reciclados, tratados ou aterrados — e garantimos que a logística reversa não seja apenas um conceito teórico, mas uma prática efetiva.
Um dos pontos mais críticos e invisíveis do nosso trabalho é a gestão dos recursos hídricos. Antes de um produto ser embalado, cuidamos das Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs), monitorando parâmetros físicos e químicos para garantir que a água devolvida à natureza tenha qualidade adequada, preservando nossos rios para as gerações futuras e para o próprio abastecimento público.
Portanto, a Engenharia Ambiental não está distante, em florestas remotas ou canteiros de obras isolados. Estamos dentro das fábricas de alimentos, nas indústrias têxteis, nas montadoras de veículos e nos centros tecnológicos. Trabalhamos para que a economia e os bens de consumo possam se desenvolver, provando que produção e preservação não são inimigos, mas vetores que precisam caminhar juntos.
Ser engenheiro ambiental é estar presente no cotidiano das pessoas, garantindo, tecnicamente, que o conforto da vida moderna seja ambientalmente viável. É cuidar do invisível para que o futuro seja possível.
Fonte: Confea




